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SBU(sociedade brasileira de urologia) responde a Veja: ainda é preciso estudos

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Em razão da matéria “Ataque da luz verde” da revista Veja dessa semana (02/12/2009), na qual o aparelho Green Light Laser aparece como a opção mais moderna e eficaz para tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB), a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) faz as seguintes considerações:

1- A reportagem não cita fontes de referência científica e que realmente comprovem, com estudos randomizados, a eficácia do novo procedimento. As informações genéricas podem remeter o leitor a uma conclusão insegura e é função da SBU alertá-los.

2- Esta nova tecnologia, a vaporização fotoseletiva da próstata cuja fonte de energia é o Green Light Laser (laser de luz verde), tem máquinas de diferentes potências como 80w e 120w, cujos resultados são completamente diferentes. De acordo com estudo apresentado no último Congresso Americano de Urologia (Henry H. Woo Sydney Australia abstract 2118 Anual Meeting - American Urological Association 2009), foi mostrada a possibilidade de maior disfunção erétil com o laser de maior potência (120W) e que merecem estudos mais aprofundados da função sexual após o procedimento.

3- Também é bom alertar que, de acordo com outro estudo apresentado no mesmo evento (Malte Rieken et al - Abstract nº 2114 Anual Meeting - American Urological Association 2009), o índice de reoperação em pacientes seguidos durante 48 meses após esta intervenção com o laser verde foi extremamente elevada: de 50%. O referido trabalho sugere mais estudos e maior número de pacientes estudados para avaliar a longevidade e real eficácia do laser verde para o tratamento da Hiperplasia da Próstata.

4- Portanto, é uma tecnologia em estudo e que não nos oferece conclusões plenas de afirmar que esta nova abordagem é melhor que a consagrada Ressecção Trans Uretral de Próstata efetuada com alça, cuja fonte é a energia elétrica e que realmente remove tecido para posterior análise.

5- Por fim, gostaria de alertar também que a vaporização da próstata através do laser verde reduz drasticamente a amostra de material prostático para análise anatomopatológica, o que poderá, em casos de câncer, dificultar o diagnóstico. Isto deve ser levado em consideração.

 

Atenciosamente,
Dr. José Carlos de Almeida, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)